Neste breve livro de poemas incomplexos, somos, de forma despretensiosa, confrontados, uma vez mais e como se quase de monólogos coletivos se tratasse, com a eterna procura do ser humano de algo que preencha o vazio inexplicável que sente, não encontrando meio nem forma para alcançar esse desiderato. Todos tentamos! Alguns de forma tida como bizarra, como podemos constatar nos breves exemplos de vida de duas personagens - um sedutor sem idade - e, noutro campo, um poeta. No auge dessa procura eterna, acabamos por nos deparar com a idade avançada, sua mudança de hábitos forçada, suas demências, algumas delas, quiçá, como escapatória. E ainda, a inexorável finitude de todo o ser vivo e o respetivo vazio, sempre e de novo, que esse fim dos outros - seja quem ou o que for - em nós provoca.